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Comunicação não-violenta melhorando relações

Nossas palavras têm o poder de influenciar nossas interações e nossos relacionamentos. Às vezes, sem perceber, o simples jeito de falar pode gerar desconforto nos outros e em nós mesmos. A maneira como nos comunicamos vai muito além das palavras que escolhemos dizer, envolve conexão com o interlocutor, capacidade de ouvir genuinamente e a busca pela compreensão mútua. A Comunicação Não Violenta (CNV) é uma abordagem que extrapola o senso comum da comunicação. Ela nos encoraja não apenas a falar com clareza, mas a nos enxergar como seres humanos, abrindo espaço para o outro. Além disso, nos ensina a nos responsabilizarmos pelo que sentimos, transformando nossa comunicação de forma positiva.


Imagine compreender a si mesmo mais profundamente e, ao mesmo tempo, dar espaço para que os outros compartilhem suas perspectivas. A CNV nos convida a esse entendimento mútuo. Por meio dessa abordagem, podemos alcançar uma comunicação de qualidade mesmo nas situações mais desafiadoras, diante de conflitos ou adversidades. Como surgiu a CNV?

A história da CNV começou em 1960, com Marshall Rosenberg, um psicólogo que levou essa abordagem inovadora para mais de 60 países. Hoje, a CNV é usada não apenas em relações pessoais, mas também no mundo corporativo, em conciliações e na justiça restaurativa.


Na juventude, a vida de Rosenberg foi marcada por episódios de violência e segregação que exerceram um profundo impacto sobre ele. À medida que o tempo passava, seu interesse na compreensão do comportamento humano violento cresceu, levando-o a escolher a Psicologia como campo de estudo.


Após concluir seus estudos em Psicologia, Rosenberg encontrou sucesso em sua carreira como psicólogo clínico. No entanto, seu desejo de uma compreensão mais genuína das experiências humanas o levou a uma decisão surpreendente: tornou-se um taxista. Essa escolha permitiu que se aproximasse das pessoas sem a influência das relações financeiras, proporcionando-lhe uma perspectiva única para sua abordagem psicológica. Após ganhar valiosas experiências nesse papel, ele voltou aos estudos para obter seu PhD em Psicologia Clínica.


A propagação da Comunicação Não Violenta coincidiu com um período crítico na história dos Estados Unidos. A segregação racial estava no centro das tensões, resultando em comunicações violentas e improdutivas. Restrições que limitavam o acesso a certos locais, espaços segregados e políticas que perpetuavam desigualdades só exacerbavam a violência nos debates e ações.


Nesse contexto, Rosenberg emergiu como um mediador de conflitos e um pesquisador dedicado a encontrar maneiras de melhorar a comunicação entre alunos, professores e outros membros da comunidade acadêmica. Sua atuação também se estendeu ao apoio e engajamento em movimentos pela abolição da segregação, demonstrando seu compromisso em usar a comunicação como uma ferramenta para transformação social.


Usando a CNV na comunicação


A CNV contempla dois pontos fundamentais: falar com autenticidade e ouvir com empatia. Ao nos expressarmos de maneira autêntica, abrimos a porta para os outros compreenderem nossas necessidades e sentimentos, estabelecendo uma base sólida para a conexão. Por outro lado, ao ouvirmos com empatia mergulhamos nas experiências dos outros, compreendendo além das palavras ditas. Assim, a CNV nos desafia a questionar se nossos meios habituais de comunicação são realmente os mais eficazes.


Quando praticada no dia a dia, a CNV guia nossa comunicação para a assertividade e a autenticidade. Quando expressamos nossas necessidades, abrimos espaço para os outros nos compreenderem verdadeiramente. No entanto, a CNV também nos convida a considerar se há maneiras alternativas de nos comunicarmos com os outros, evitando a armadilha da comunicação violenta promovendo ambientes mais saudáveis seja nas relações pessoais, no trabalho ou em contextos de cuidado como na área de saúde, por exemplo.


Acredite, a CNV pode ampliar nossa escuta, aprimorar nossas conexões e promover uma comunicação autêntica e transformadora. E por aí, como anda a sua comunicação?


Para saber mais sobre este tema capaz de promover tantas transformações, clique aqui e assista uma live especial do canal Afinando o Cérebro no Youtube, em que Ingrid Gielow e Diana Faria conversaram com a fonoaudióloga Ana Elisa Ferreira sobre o tema.


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